Renascer

Despidos, os veleiros, rabujavam verdetes de quilha, esponjosos, pelos cabos dos mastros.
-Como é renascer? Tu deves saber...conta-me!-pediu a mulher à minha frente, sorrindo.
Fogem-me os olhos para o farol, mãos cruzadas sobre a mesa.
Sorrio também, perante a ausência de palavras.
Já era noite quando as palavras se soltaram.
Renascer é sentir que não existe qualquer nó cego que nos prenda ao chão.
É levarmos connosco os nós, os laços, a terra...
Renascer...é abandonar o vaso que nos limitava a razão.